O TACTICAL COMBAT CASUALTY CARE NO BRASIL

O Tactical Combat Casualty Care ou TC3 são diretrizes de atendimento de primeiros socorros em ambiente tático ou hostil. Trata-se de uma organização de procedimentos que foram normatizados, fruto de experiencia de combates ao redor do mundo pelas Forças Armadas norte-americanas. Cabe destacar que as diretrizes do TCCC já eram fomentadas no início da década de 90 pelo Comando Especial de Guerra Naval e de Operações Especiais de Pesquisa Médica & Desenvolvimento dos estados Unidos da América, mas foram efetivamente empregadas após a Batalha de Mogadíscio, em 1993, por forças dos Estados Unidos com apoio militar das Nações Unidas contra milicianos somalis leais ao chefe tribal Mohamed Farrah Aidid, que tinha apoio de civis armados. Na oportunidade, dezenas de soldados norte-americanos foram feridos em combate e 18 vieram a óbito pela falta de socorro adequado.



Pode causar estranheza no leitor ao saber que a doutrina de nossa certificadora segue a doutrina israelense, mas que as diretrizes para o atendimento pré-hospitalar seguem as orientações norte-americanas. Sim, seguimos, pois as diretrizes de APH são universais e as mais modernas e atualizadas são as norte americanas.

A referida batalha e as consequentes baixas institucionalizou e passou a utilizar o TCCC, que são rotineiramente atualizadas e publicadas pelo Comitê de Atendimento Tático de Combate às Vítimas (CoTCCC), que faz parte da divisão dos Comitês de Defesa em Trauma (DCoT) da Agência de Saúde de Defesa (DHA) dos EUA. A diferenciação na doutrina israelense e norte-americana é eminentemente tática, haja vista a modalidade estratégica de defesa, de reação ofensiva e treino mental situacional. Essas particularidades serão explicadas e treinadas no curso presencial de nossas escolas credenciadas. Destaca-se, por fim, que a troca de doutrina entre Israel e os Estados Unidos da América é constante e se dá por meio do programa de cooperação “Mifgash” (מפגש (que ocorre entre ambos os países.

A referida batalha e as consequentes baixas institucionalizou e passou a utilizar o TCCC, que são rotineiramente atualizadas e publicadas pelo Comitê de Atendimento Tático de Combate às Vítimas (CoTCCC), que faz parte da divisão dos Comitês de Defesa em Trauma (DCoT) da Agência de Saúde de Defesa (DHA) dos EUA. A diferenciação na doutrina israelense e norte-americana é eminentemente tática, haja vista a modalidade estratégica de defesa, de reação ofensiva e treino mental situacional. Essas particularidades serão explicadas e treinadas no curso presencial de nossas escolas credenciadas. Destaca-se, por fim, que a troca de doutrina entre Israel e os Estados Unidos da América é constante e se dá por meio do programa de cooperação “Mifgash” (מפגש (que ocorre entre ambos os países.



A doutrina do TCCC foi incorporada no Brasil levando em consideração o cenário urbano a aplicação na segurança pública, uma vez que as Forças de Segurança diuturnamente estão em risco no combate ao crime organizado. As Forças Armadas do Brasil também incorporaram a doutrina do TCCC norte americano, uma vez que as atividades das Forças Armadas Brasileiras atuam em operações de combate aos ilícitos transfronteiriços e ambientais nos 11.000 Km de fronteira brasileira, além de eventuais Operações de Garantia de Lei e da Ordem nas capitais brasileiras. Haja vista a utilização da doutrina do TCCC com aplicabilidades diversas e, muitas vezes, sem aplicabilidade alguma, o Ministério da Defesa e o Ministério da Justiça normatizaram a doutrina TCCC no Brasil com a nomenclatura APH Tático, conforme descreve a documentação abaixo.

  • Portaria Normativa nº 16/MD, de 12 de abril de 2018 Aprova a Diretriz de
    Atendimento Pré-Hospitalar Tático do Ministério da Defesa para regular a atuação das
    classes profissionais, a capacitação, os procedimentos envolvidos e as situações
    previstas para a atividade.
  • Portaria nº 98/MJ, de 1º de julho de 2022, que cria a Diretriz Nacional
    de Atendimento Pré-Hospitalar Tático para Profissionais de Segurança Pública.
    Ambas as Portarias escalonam a qualificação em 03 (três) níveis:
  • O nível básico, voltado para todos os profissionais de segurança pública;
  • O nível intermediário, direcionado aos profissionais de segurança pública empregados
    nas atividades de atuação especializada, compreendidas como aquelas com maior
    complexidade técnica e elevado risco operacional, tais como atividades de operações
    especiais, operações rurais, emprego tático, aviação operacional, socorrismo policial,
    dentre outras; e
  • O nível avançado, orientado aos profissionais de saúde que atuam nas instituições de
    segurança pública, desde que detenham formação acadêmica superior nas habilitações
    em medicina e enfermagem, e estejam devidamente regulamentados.


No Brasil o assunto é embrionário e há poucos profissionais que tenham conhecimento pleno sobre o assunto. Nesse contexto, pode-se observar em âmbito nacional alguns cursos institucionais nesse sentido, mas o reconhecimento da necessidade do assunto é tão latente entre os integrantes das Forças de Segurança e Forças de Defesa que este público tem procurado escolas particulares que ministram cursos de TCCC para autoaperfeiçoamento. Nesse contexto, tem sido observado no espectro digital a oferta de diversos cursos com nomes de TCCC e TECC, os quais disseminam a doutrina de maneira equivocada e com intuito prioritário de percepção financeira. Essa disseminação equivocada pode trazer consequências irreversíveis para o Operador de Segurança, de Defesa ou até mesmo para o cidadão que não pertence a nenhuma dessas duas classes profissionais. Fica patente pelas portarias acima descritas que, no Brasil, o correto é a execução de APH Tático. Sabemos que se trata, em grande parte, de uma diferenciação semântica, mas é preciso ter em mente que as adaptações para a realidade brasileira e o atendimento aos assuntos das Portarias é de fundamental importância. O APH Tático é subdividido em 03 (três) fases:

  • Cuidados sob fogo ou importado pelo TCCC como Care Under Fire (CUF), que
    descreve estratégias utilizando equipamentos médicos limitados para prestar cuidados
    no ponto da lesão enquanto o socorrista e a vítima ainda estão sob fogo hostil;
  • Cuidados táticos de campo ou importado pelo TCCC como Tactical Field Care (TFC),
    que fornece orientações de atendimento às vítimas assim que o socorrista e o
    combatente ferido não estiverem mais sob fogo hostil; e
  • Cuidados táticos de evacuação ou importado pelo TCCC como Perform Tactical
    Evacuation (TACEVAC), que é a fase de atendimento que começa assim que a vítima
    for transferida para uma aeronave de transporte ou veículo. Durante esta fase, podem
    estar disponíveis pessoal médico e equipamento suplementar para fornecer cuidados
    com vítimas aumentadas.


Atualmente, em observação ao espectro digital no Brasil, particularmente ligado ao APH Tático, temos algumas referências, as quais se especializaram na instrutoria do APH Tático, fruto de suas atividades profissionais. Os referidos profissionais não são os únicos, mas foram os que sobressaíram e que tem experiencia comprovada no APH Tático em nossa pesquisa digital. São eles. João Paulo Hawreilouck Cavalheiro, 1º Tenente Enfermeiro da Brigada Militar do Rio Grande do Sul e Instrutor de Tactical Combat Casualty Care pelo Centro Internacional de Medicina Tática da Colômbia em Bogotá. Rodrigo Tadeu Rodrigues Silvestre, Capitão Médico da Polícia Militar de São Paulo e Instrutor de Tactical Combat Casualty Care pela National Association Of Emergency Medical Technicians. Rodrigo Luiz Soares Evangelista, Coronel do Exército Brasileiro e Instrutor de Tactical Combat Casualty Care pela National Association Tactical Instructors. Carla Isabel dos Santos Silvestre, Capitão da Força Aérea Brasileira e Instrutora de Tactical Combat Casualty Care pelo comitê Tactical Combat Casualty Care Latinoamérica. João Paulo Souto Casado, Médico, e Instrutor de Tactical Combat Casualty Care pela National Association Of Emergency Medical Technicians. Em um futuro breve, traremos outras atualizações sobre o APH Tático em suas respectivas fases, trazendo um apanhado de experiências ao redor do mundo, dentro da fisiopatologia do trauma e suas consequências. Tenham uma boa leitura.

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